Pesquisa analisa a política de iniciação científica do ensino médio, no Brasil

jornalista - EPSJV/Fiocruz | 19/08/2024 17:28

Estudo investiga evolução e impacto sobre tradições científicas e instituições envolvidas na formação científica de jovens

Um estudo coordenado pela pesquisadora da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), Rosa Maria Corrêa das Neves, intitulado “Análise sócio-histórica da política de iniciação científica na educação básica no Brasil (Pibic-EM/CNPq), entre 2009 e 2022: tradições científicas e de ensino científico em questão”, busca entender a evolução da política de iniciação científica no ensino médio, no Brasil. O foco está em compreender quais instituições participam dessa política e quais tradições científicas ela abrange.

Rosa Neves explica que o tema da pesquisa está diretamente ligado à missão do Laboratório de Iniciação Científica (LIC), na EPSJV. Ela afirma que a escolha do tema foi motivada pela necessidade de compreender a dinâmica dessa política ao longo de sua primeira década e analisar as instituições envolvidas na expansão do ensino superior no Brasil, especialmente no século XXI.
O estudo também pretende atualizar o mapeamento das instituições participantes do Pibic-EM, que não é revisado desde sua criação. A pesquisadora destaca a importância de se ter um protocolo para atualizar constantemente essas informações, além de entender a evolução e o impacto da política ao longo do tempo.

Rosa Neves observa que a iniciação científica na educação básica (Iceb) é um campo de estudo relativamente novo. A primeira produção acadêmica data de 1991 (– com a dissertação de Ana Maria Amâncio, primeira coordenadora do Provoc –),  e a produção sobre Iceb se intensificou desde a criação do LIC em 2004. No entanto, o período é ainda curto para a produção científica.

O interesse por Iceb está crescendo, principalmente com a expansão do ensino médio e o fortalecimento das políticas de educação científica no Brasil. “Quanto mais pesquisas e debates realizarmos, mais qualificadas podem se tornar as iniciativas e políticas nessa área", afirma a pesquisadora.

Uma contribuição importante do estudo, é fornecer uma visão geral da política de iniciação científica no ensino médio, algo queImagem do gráfico referente às instituições participantes do Pibic-EM, entre os anos 2010 e 2022. ainda falta na literatura. A pesquisa também teve colaborações significativas, incluindo dados fornecidos pelo CNPq e suporte da Vice-Direção de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico da EPSJV, que permitiu a contratação da bolsista Caroline Gonçalves. Além disso, houve parcerias com Reinaldo Lopes, do Laboratório de Educação Profissional em Informações e Registros em Saúde (Lires), e Luiz Otávio Ferreira, da Casa de Oswaldo Cruz (COC).

A relevância desse estudo se dá por possibilitar uma melhor compreensão sobre o impacto e a evolução das políticas de iniciação científica na educação básica no Brasil, oferecendo subsídios importantes para o desenvolvimento de futuras pesquisas e iniciativas na área, assim como políticas públicas.

O Programa de Fomento da EPSJV
O Programa de Fomento ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Educação Profissional em Saúde tem como objetivo fortalecer as atividades de pesquisa na Escola Politécnica. Criado para atender a demanda por melhores condições de pesquisa, o programa faz parte de um plano maior para organizar e valorizar a produção científica da instituição, incluindo o mapeamento e a catalogação da memória científica e a disseminação de resultados. 

Pesquisadores em reunião sobre o estudo.
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